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Um papo sobre e-commerce com Luiz Natal, Gerente de Desenvolvimento de Plataforma da Nuvemshop

Que tal falar um pouco sobre o futuro do e-commerce? Graduado em Design de Produto com especialização em Gestão de Marketing, empreendedor, investidor e especialista em e-commerce, Luiz Natal é gerente de Desenvolvimento de Plataforma da Nuvemshop, parceira da Emanda, e aceitou o convite para abordar o tema, que conhece tão a fundo.

Com mais de 100 mil lojas, a Nuvemshop integra produtos, pagamentos, envios e disponibiliza um ecossistema com mais de mil parceiros.

Atualmente, a companhia tem mais de 1.000 colaboradores e escritórios no Brasil, México e Argentina. Após se tornar unicórnio no Brasil e adquirir o Ecommerce na Prática (escola e comunidade de e-commerce) e a plataforma de logística Mandaê em 2021, consolidou novas unidades de negócios neste ano.

A Nuvemshop Next é focada em lojistas que faturam acima de R$ 100 mil mensais e que buscam escalar seus negócios rapidamente; o Nuvem Pago é um meio de pagamento para PMEs do e-commerce; e a Nuvem Pay, solução de checkout que facilita a jornada de compras.

Além de atuar na plataforma de e-commerce líder na América Latina, Luiz Natal tem amplo conhecimento e experiência gerindo empreendimentos próprios, além de prestar consultorias para empresas do varejo digital. 

Em entrevista para o blog da Emanda, ele abordou o atual panorama das lojas virtuais, as preferências dos consumidores, obstáculos e desafios dos empreendedores brasileiros.

Confira:

Quais os principais desafios para entrar no e-commerce? 

Com o crescimento e amadurecimento do e-commerce, é fundamental que o empreendedor faça um bom planejamento de como irá atuar nesse canal, pois vai competir com milhares de negócios, dentre eles grandes varejistas. 

Os principais desafios encontrados na fase inicial estão relacionados a encontrar a melhor estratégia para divulgar a loja para gerar tráfego/visitas e, consequentemente, realizar vendas. Esse processo/fluxo precisa estar ajustado, e para que funcione o lojista precisa reservar verba para investir em ferramentas e campanhas de tráfego, assim como seguir boas práticas para deixar a loja, categorias e produtos preparados para receber os potenciais clientes e aumentar a chance de realizar a venda. 

Com a escalada das vendas, o desafio acaba sendo voltado à operação e otimização de processos.

Quais os principais erros cometidos na transição da loja física para a digital? 

Ao realizar a transição da loja física para o online, muitos lojistas têm dificuldade em se adaptar a este novo meio. Diferentemente das lojas físicas – onde a localização do comércio impacta diretamente na atração de consumidores –, no meio digital é o próprio lojista que procura seus clientes. Além disso, a facilidade em se comparar preços e produtos no online torna o ambiente competitivo, por isso é importante que os empreendedores consigam explorar seu diferencial.

Outro erro comum nessa transição é a não adequação e exploração das ferramentas de comunicação digital, como a produção de conteúdo para redes sociais que sejam usadas pelo público-alvo da marca, comunicação direta com os clientes para fidelização, atendimento ao cliente durante a compra e entrega, e até mesmo investimentos em anúncios digitais. Por estar no ambiente online, estes instrumentos precisam ser utilizados constantemente para atrair e construir um relacionamento com seus clientes.

É essencial oferecer um canal de atendimento/suporte ágil e efetivo – pode ser um telefone, chat ou WhatsApp – para que o consumidor possa tirar eventuais dúvidas sobre o produto e o pedido. Muitos lojistas que migram suas operações para o online esquecem de ativar essa estratégia.

Como a pandemia influenciou os hábitos dos consumidores? O que esse “novo consumidor” mais valoriza e procura no varejo? 

Os últimos anos apresentaram uma série de desafios para o país. Com o isolamento social, as pessoas tiveram que se adaptar ao ambiente digital para trabalhar, consumir e socializar. Elas passaram a estar ainda mais presentes nas redes digitais, se relacionando de forma intensa, e se tornaram ainda mais imediatistas, especialmente em relação ao consumo. 

Segundo a 7ª edição do Nuvemcommerce, estudo realizado pela Nuvemshop, cerca de 5 milhões de pessoas compraram produtos pela primeira vez na internet em 2021. Esses novos consumidores puderam comparar com mais facilidade os preços e produtos, buscando sempre a opção mais atrativa de acordo com suas preferências pessoais, bem como se atraíram pelas opções de frete e tempo de entrega.

Um levantamento recente da SmartHint revelou que, na comparação com o período anterior a 2020, os cinco primeiros meses deste ano apresentaram um aumento no faturamento do e-commerce de 785%, o que ratifica o crescimento exacerbado do comércio online nos últimos dois anos e a aceleração da mudança de hábito dos consumidores.  

Como avalia as atuais soluções de CX (Customer Experience) e CRM (Customer Relationship Management) disponíveis no mercado? O que ainda pode melhorar? 

A evolução das soluções acompanhou o crescimento do e-commerce. Hoje, encontramos diversas soluções que ajudam o lojista a melhorar a experiência do usuário na loja online, e com isso aumentar as conversões. Com apoio das ferramentas de CRM, conseguem criar estratégias/campanhas para aumentar a recorrência de vendas para seus clientes. Isso é importante, pois sabemos que está cada vez mais alto o custo de aquisição de novos clientes e manter relacionamento com quem já é seu cliente para vender outros produtos acaba sendo mais barato. 

Por outro lado, sabemos que mesmo com a ampla oferta de soluções, ainda encontramos poucas empresas que conseguem oferecer suas soluções com preço acessível para pequenos lojistas que estão iniciando seus negócios. Acredito que isso ainda seja um desafio a ser superado.

Com tanta inovação e soluções tecnológicas, qual o papel das pessoas que atuam no varejo no futuro do setor? 

O ambiente digital é extremamente acelerado e dinâmico, por isso é importante que os varejistas acompanhem as novas tendências tecnológicas e de hábitos dos consumidores, e se adaptem a elas para melhores estratégias e resultados em seus negócios. 

O e-commerce é uma realidade já consolidada e o varejista que entende isso está um passo à frente. Além disso, por conta da competitividade, os empreendedores precisam encontrar soluções criativas, buscando oferecer produtos e serviços que se diferenciam dos seus concorrentes.

Quais as perspectivas para o comércio online? 

Segundo uma pesquisa realizada pela Nuvemshop, em parceria com o portal E-commerce Brasil, dentre as principais tendências trazidas pelo comércio online está o live commerce – modalidade que combina transmissões de vídeo ao vivo com vendas de produtos. 

Além disso, segundo o estudo, a maioria dos lojistas entrevistados planejava investir em compras diretas nas redes sociais, logística reversa e produtos com marca própria. Atualmente, algumas ações consideradas como tendências no início deste ano, já são uma realidade, como: as vendas multicanais – compra online e retirada do produto de forma presencial – e o parcelamento via PIX – modalidade de pagamento “compre agora e pague depois”.   

A alta competição no varejo digital é o principal desafio enfrentado. Os empreendedores precisam explorar e encontrar formas de personalizar e diferenciar seus produtos dos outros competidores. Além disso, a adaptação das novas tecnologias e a forma de se relacionar no meio digital são outros obstáculos.